Quantos olhares, abraços e encontros cabem nos anos de vida?
Quantos olhares,
Abraços
E encontros cabem
Nos anos de vida?
Não sei
Mas sinceramente...
Pouco se deve querer saber
Ou contabilizar
Ou se prender a multiplicidade
De vazios disfarçados.
Espere a entrega,
Espere a reciprocidade
Que só traz o bem querer
O de ter que lidar com a ausência
Nem tudo é satisfação
Ou resolução
Ou positivo
Ou boas sensações
Prepare-se porque amar
Também traz sofrimento, sim!
Não tenho como não ver
Múltiplas formas de relações
Do consumo de amor
Em todas as suas facetas
Relações baseadas em necessidades narcísicas,
Em apegos
Ou querências
Mas me questiono...
Querências do quê, realmente?
E enquanto questões se fizer
Mais proponho
Ser afetados criticamente
(Não entenda cri-cri!)
Pois a acidez destes não deve lhe reter
(Re)construções
internas
constantes
E intensas...
Mas a favor de quem elas ocorrem?
Não pense no óbvio
Negue-se a ligação com o banal
Estranhar-se com o cotidiano,
Com o dito normal
Tem sido um ideal
(Pelo menos) para mim